A prova viva, como os gajos, são interesseiros.

Isto aconteceu, para aí à uns três ou quatro anos. E porquê que me lembrei disto agora? Perguntam vocês, expectantes, que só visto.
Ora, no decorrer da explicação, já entenderão o porquê.

Como eu estava a dizer, isto já aconteceu à um tempinho, quando eu era uma gaja boa, e ainda não possuía celulite neste meu rabo, e a minha barriga era invejável, e na altura dava-me bem (eu e a minha best friend, das aventuras dos tempos passados), com um grupo de skaters. Não por amizade ao desporto, (sempre fui menina de sapato alto, skate não é de todo a minha cara), mas os gajos eram amigos dela e conheci-os. Até achei piada, à onda peace and love daquele pessoal, e ainda saímos umas vezes com eles.
Um deles, que eu gostava particularmente, porque tinha uma cara toda laroca, também engraçou aqui com a Tia de Cascais (pois, soube à pouco, que era o meu apelido entre amigos, fiquei particularmente feliz), e começou a piscar-me o dente.
Mandava-me umas mensagens todas simpáticas, combinava uns cafés, sabia ter uma conversa à maneira, e tinha uma cara gira que se fartava (só aquelas roupas e as sapatilhas todas conspurcadas devido a passar o dia, a fazer piruetas, com o skate, é que não me agradavam, mas até comecei a achar uma certa piada, por ser diferente).
Num certo dia (nessa altura), eu e a minha amiga, andávamos a passear pela baixa e encontramos o rapaz, e já não me recordo bem o porquê, fomos parar à FNAC (com ele), para ver uns livritos.
Na altura, andava numa de Paulo Coelhódependente, e meti na cabeça que tinha de ler os livros todos do homem, e só por acaso pego no livro “Veronika decide morrer”, e comento com a minha amiga “Falta-me ler este, para a próxima passo por cá e levo-o”.
Deixei de ver o skater-man, o tal todo giro, e quando decidimos sair da FNAC, lá estava ele todo sorridente, com um embrulho na mão “É para ti!”.
Escreveu no embrulho:

“ DE: Skater (não vou pôr o nome do rapaz)
PARA: Coelha *"

Eu, sem saber muito bem, o que se estava a passar ali, peguei no embrulho e abri-o cheia de emoção. Lá estava o livro que queria comprar “Veronika decide morrer” de Paulo Coelho.
Fiquei parva a olhar para ele, dei-lhe um beijinho na bochecha, como sinal de agradecimento puro, e lá fui eu à minha vida.
Nesse mesmo dia, manda-me uma mensagem à noite, a perguntar por onde andava, que queria tomar café connosco.
Lá acabamos por ir ter com ele, e íamos os dois mais à frente a falar de leitura. Quando ele, interrompe a conversa (pois leitura já estava a enjoar), e toca a dizer-me descaradamente “Saí com tanta pressa de casa, que nem lavei os dentes”.
A minha cara de Antónia, a olhar para ele, devia ter ficado registada.
- “E?”- perguntei eu, em estado de choque.
E ele, lá me pôs a mão no ombro, como sinal de que iria passar ao passo seguinte.
Ora ali, voou-se a magia. Então um gajo, diz-nos que não lava os dentes e depois quer-nos dar um beijo?
Como? Não posso querer mais! Se tinha alguma vontade, perdia logo naquele preciso momento. E depois pensei para os meus botões “Sacana de uma ova, então dás-me o livro filado em papar a Coelha, o mais rápido possível. Mas eu lixo-te! Não papas mais, porque eu decidi agora, que já não me apetece, ser papada por ti!”

O porquê de falar nisto?
Emprestei esse livro a uma amiga, e ontem diz-me ela :”Olha, aqui na capa do livro tem marcado «DE: Skater, PARA: Coelha», devem ter escrito, em cima do livro.”.

Com histórias trágicas como estas, como é que eu, Coelha, posso ser uma mulher normal da moleirinha? Impossível! Isto traumatiza uma gaja!
Até tenho pesadelos!

P.S: E não, o livro não é mesmo grande coisa.

Histeria dos sentimentos falsificados

Coelha*

5 Não reclamas?:

Margarida Lozano disse...
23 de abril de 2010 às 00:47

lolololololol Não estava mesmo nada á espera dessa. Imagino então tu...
Realmente um gajo que diz que não lavou os dentes e de repente está à espera de levar um beijo, só pode ser tonto...lolol
Mas até que achei realmente um rapaz fofo por ter-te feito a surpresa.

joana vasconcelos disse...
23 de abril de 2010 às 16:38

o livro podia ser muito bom, só o titulo já é muito forte.mas nao, realmente nao gostei..especialmente a parte com o menino do piano, achei q n tinha nada a ver mas pronto.

Ana Catarino disse...
23 de abril de 2010 às 16:53

Loooool... Eu adorei o livro xD

Só Avulso disse...
23 de abril de 2010 às 22:58

De facto és capaz de ter razão. Isso traumatiza qualquer pessoa! lol Era escusado o rapaz ter dito isso. ;)

beijinhos***

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