Agora apetece-me falar de uma matéria controversa – Religião!

Por defeito, somos todos católicos ou então não somos nada (ateus). Pensava eu, até à algum tempo atrás. Eu sou católica, filha de mãe católica e pai semi-católico (devido a sua educação religiosa) e semi-ateu, avós, tias… toda a gente está ligada a religião católica ou não está ligada a nada. E sempre vivi a acreditar nisto.
Estudei sempre com miúdos/as católicos (pensava eu), porque todos andaram comigo na catequese e fizeram a primeira comunhão comigo, não houve ninguém que não fosse “Sicraninho, não pode vir porque é da religião X, Y ou Z”, não conheci nenhum caso.
Mas hoje, vejo que as coisas não são bem assim. E eu?, respeito as crenças de toda a gente. Às vezes tenho a ideia que as pessoas que são de outra religião, que não seja católica, têm algum pudor em falar do assunto, e normalmente só se descobre este pormenor (insignificante a meu ver), depois de alguma discussão ateada sobre algum assunto ligado a esta temática.
Interesso-me por saber mais, tenho uma mente aberta, e aceito bem os outros e as suas escolhas.
Se sou menina de ir à igreja e bater no peito “Meu Deus, Meu Deus”? Não sou, confesso. Digamos que sou uma católica não praticante, no que diz respeito aos cultos (este não praticante é ferozmente criticado por outras religiões). Mas avaliemos bem o assunto.


Há o não praticante, que é católico, porque sim. Ou seja, é católico para poder casar na igreja, para poder ir a casamentos e ser padrinho de alguém, para poder fazer uma festa de baptizado de um filho… E coisas assim. Mas também há, o não praticante (como eu), que simplesmente não vai à igreja. Mas que abre a bíblia, para tentar encontrar sabedoria para agir em determinadas situações. Que reza e pede pelos seus e todos que ama, inclusive, por todos que sofrem no mundo, e que abrem a boca para falar de Deus como sinónimo de amor. Porque no fundo, esta figura foi-me incutida assim.

Os meus ensinamentos religiosos são-me dados pela minha avó materna, que é sem dúvida uma estrela neste mundo cinzento. Porque tem sempre uma palavra dócil, e um ensinamento… positivo! Sempre positivo! Nunca me disse “Nunca faças isso, nunca!, senão o papão vai-te comer!”.
Não aponta o dedo a ninguém! E isto para mim, é crucial numa religião, ou melhor, numa civilização!… Como toda a gente já ouviu falar, daquela situação do “Quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra.”. Ora eu acredito que se assim pensássemos, todos!, viveríamos num mundo bem melhor.

Os valores são-nos incutidos (concordo plenamente com isso), mas depois temos de gerir a nossa vida. Não podemos ter sempre alguém que meta o dedo no nosso jogo. Se Deus existe como eu acredito!, acho que não deve querer que um pecador, aponte o dedo a outro, com a simples desculpa, que se baseia nas palavras de Deus.
Vejo a bíblia, e todas as palavras e ensinamentos que esta contém, como valores e reflexões. Não podemos seguir à letra tudo que lá diz. A meu ver, aquilo são parábolas, que têm como finalidade, fazer com que, quem as lê, tire algum ensinamento positivo para si próprio.

O que também me irrita nas religiões, é basearem-se noutras, criticando-as para conseguirem atrair mais fiéis. Acho feio. E também acho feio, as pessoas seguirem isto como um bando de carneirinhos, sem poderem opor em nada que lhes é dito, sem poderem pensar, reflectir por si, deixando que as suas vidas sejam condicionadas pelas teias que os homens criaram. Porque acredito piamente, que não é isto que Deus nos quis transmitir.
Não acredito em instituições. Na igreja, nos padres, nos Papas, nos anciões, nos sacerdotes… Acredito nas pessoas, no ser superior, na consciência de cada um, e no poder que nos foi dado de podermos ser nós próprios a direccionar as nossas vidas.

Desculpem este discurso maçador. Mas há certas e determinadas coisas que me transcendem. Custa-me a querer que pessoas inteligentes optem pelo fanatismo, pelos seus mundos fechados, olhando de esguelha para tudo que transcende os muros das suas crenças.
Eu tenho liberdade, para entrar onde me apetece, de ouvir várias coisas, de aprender com a vida.
Eu até tive a liberdade de adoptar uma religião ou não adoptar. E adoptar a que quisesse. Nem eu nem os meus irmãos fomos baptizados. Eu optei por ser, já crescida, com 8 ou 9 anos, porque eu quis. Já os meus irmãos não o são, porque são ateus e não faria sentido. Tivemos liberdade de escolha. Tive uns pais que acharam que não seria correcto impor-me uma crença.
Se fui condicionada a? Naturalmente, até pelo facto da minha infância estar ligada à convivência com a minha avó, que tanto me falava destas coisas. Mas se alguma vez ouvi, algum incentivo a seguir alguma coisa?, não ouvi. Fui eu que quis. Achei que devia ir para a catequese como todos os miúdos, e depois achei que me deveria baptizar.

E pronto, acho melhor ficar por aqui. Há coisas indiscutíveis. E quem sou eu para julgar? Ninguém. Mas também não gosto de ouvir julgamentos impensados e que nem foram repensados. São puros julgamentos repassados entre gerações, sem serem discutidos, porque se é assim, é e pronto. Aliás, nem há possível discussão.

Porquê que isto é verde? Porque sim. Acho parvo.

Opinei. Também tenho direito… ou não?

Histeria religiosa

Coelha*

3 Não reclamas?:

Ana Catarino disse...
23 de julho de 2010 às 17:25

Olha coelha sou exactamente como tu. Sou católica não praticante. Acredito em Deus e na mensagem de amor, perdão e compreensão, etc. Há certas coisas relacionadas com a Igreja que eu não gosto, aliás a Igreja como instituição não me atrai minimamente, fazem coisas que acho serem exactamento o oposto do que deveria ter sido transmitido inicialmente. Tenho pena que haja gente que siga a Igreja e os Padres cegamente sem NUNCA questionarem. Acho mais triste ainda quem vai à missa todos os domingos para ver como a outra vai vestida e se já não está com o xpto (porque depois da missa há fofoca), acho realmente deprimente gente que vai a missa frequentemente alegando ser muito religioso e ser pessoa de respeito e depois é vigarista, engana os clientes, engana a mulher, engana os irmãos, rouba a propria familia e tem inveja de toda a gente. Enfim... Fiquei assim depois de ter um problema na familia com pessoas "muito religiosas" e que não valem mais do que uma folha de couve, aliás, a couve é muito saudavel, por isso nem há comparação. Enfim... Acredito que todas as religiões são interpretações diferentes do que realmente existe e que por isso temos de as respeitar, coisa que muitos não fazem.
Desculpa lá este testamento, empolguei-me! :p

Bjinho **

Pipi disse...
23 de julho de 2010 às 19:38

Tens tda a razão, bom post :-)

bj

Pipi disse...
23 de julho de 2010 às 19:39

Tens tda a razão, bom post :-)

bj

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