A pedido de muitas famílias, vou-vos dar o prazer de lerem alguma poesia de andaime.
Vão ficar maravilhados com o poder de engate, com a subtileza e a elegância das palavras ditas por estes eternos românticos.
A Rima Rica
Vão ficar maravilhados com o poder de engate, com a subtileza e a elegância das palavras ditas por estes eternos românticos.
A Rima Rica
Recorrendo a uma das figuras de estilo mais enraizadas nas obras poéticas, a rima, pedreiros, marceneiros, trolhas e carpinteiros deambulam pelos versos desta vida com declarações de desejo e paixão.
1. Ó flor dá para pôr?
2. Ó doce, era onde fosse.
3. Ó boneca, vai uma queca?
O Trocadilho
2. Ó doce, era onde fosse.
3. Ó boneca, vai uma queca?
O Trocadilho
Parte da tradição oral portuguesa, com raízes nas antigas cantigas de escárnio, o trocadilho é um refúgio artístico na fina arte de bem trovar.
1. Tanta carne boa e eu em jejum.
2. Se o teu cú fosse um banco, fazia uma poupança a taxa fixa.
3. Ó “morcona”, comia-te o sufixo.
A Metáfora
2. Se o teu cú fosse um banco, fazia uma poupança a taxa fixa.
3. Ó “morcona”, comia-te o sufixo.
A Metáfora
É usada quase sem querer, numa tentativa de escapar ao óbvio, deixa à mulher o papel de adivinhar e interpretar o piropo.
1. Só custa a cabeça que o resto é pescoço.
2. Anda cá a cima afagar-me a cobra zarolha.
3. Ó filha, com um cuzinho desses, deves cagar bombons.
Os Ordinários
2. Anda cá a cima afagar-me a cobra zarolha.
3. Ó filha, com um cuzinho desses, deves cagar bombons.
Os Ordinários
Esta secção, não é aconselhada a leitores com pacemaker, revela a face mais obscura da poesia de andaime. Versos muitas vezes escritos à hora de almoço, sem a supervisão de um capataz devidamente credenciado e declamados apenas pelos homens mais audazes.
1. Ó filha, fazia-te um pijaminha de cuspo.
2. Ai de ti que eu saiba que esse cuzinho anda a passar fome.
3. Tens uns olhos tão lindos, tão lindos, que te comia essa cona toda.
A Subtileza do Povo
2. Ai de ti que eu saiba que esse cuzinho anda a passar fome.
3. Tens uns olhos tão lindos, tão lindos, que te comia essa cona toda.
A Subtileza do Povo
Declamam versos suaves, que por vezes se confundem com cartas de amor renascentistas.
1. Sabes onde ficava bem a tua roupa? Toda amarrotada no chão do meu quarto.
2. Estou a lutar desesperadamente, contra o impulso de fazer de ti, a mulher mais feliz do mundo.
3. Só a mim é que não me calha uma destas na rifa.
Os Religiosos
2. Estou a lutar desesperadamente, contra o impulso de fazer de ti, a mulher mais feliz do mundo.
3. Só a mim é que não me calha uma destas na rifa.
Os Religiosos
Não será de estranhar que, num país de fortes tradições religiosas como Portugal, também as expressões clericais e sacerdotais se misturem no seio da linguagem do amor e do romance.
1. Ó filha, queres ir ao céu? Sobe os andaimes que o resto do caminho é por minha conta.
2. Ó filha, se não acreditas que Deus é feito de carne e osso, sobe os andaimes e anda cá tocar-me.
3. Por acaso és católica? É que tens um cú que valha-me Deus!
Os Espirituosos
2. Ó filha, se não acreditas que Deus é feito de carne e osso, sobe os andaimes e anda cá tocar-me.
3. Por acaso és católica? É que tens um cú que valha-me Deus!
Os Espirituosos
Normalmente escritos depois de almoço logo após as primeiras garrafas de vinho, estes versos reflectem o espírito jovial que se vive nas empreitadas lusitanas.
1. Não sou muito bom a matemática, mas 1+1=69?
2. Não te esqueças do meu nome, mais logo vais gritá-lo.
3. Posso não ser bonito como o Brad Pitt, nem ter os músculos do Schwarzenegger, mas a lamber sou uma Lassie.
Quem Desdenha…
2. Não te esqueças do meu nome, mais logo vais gritá-lo.
3. Posso não ser bonito como o Brad Pitt, nem ter os músculos do Schwarzenegger, mas a lamber sou uma Lassie.
Quem Desdenha…
Nunca antes se haviam encontrado vestígios de poemas de trabalhadores da construção civil, com um nível de escolaridade igual ou superior ao antigo quinto ano do liceu. Neste capítulo o leitor vai ler poemas de indivíduos, que claramente frequentaram, pelo menos, o segundo ano de faculdade.
1. Com um piso desses, deves ser mais rodada que a 2º Circular.
2. Não és nada de se deitar fora, já tive pior e a pagar.
3. Ó filha, tens carinha de Modelo, mas o teu cú é um Continente.
Simples e Bonito
2. Não és nada de se deitar fora, já tive pior e a pagar.
3. Ó filha, tens carinha de Modelo, mas o teu cú é um Continente.
Simples e Bonito
1. Ó filha, anda aqui dar um beijinho ao trolha.
E pronto é isto. Não falta originalidade nas obras deste nosso país!
Esta informação foi tirada da Poesia de Andaime. Espero que tenham gostado tanto como eu.
Histeria da Construção Badalhoca.
Coelha*
E pronto é isto. Não falta originalidade nas obras deste nosso país!
Esta informação foi tirada da Poesia de Andaime. Espero que tenham gostado tanto como eu.
Histeria da Construção Badalhoca.
Coelha*
6 Não reclamas?:
lol...
É um post comprido, mas não deixei escapar uma unica letra. Gostei.
O meu preferido foi este:
Ó filha, tens carinha de Modelo, mas o teu cú é um Continente.
lololololol
A do trolha queridinho tb é simpática.
Jinhos.
Eu tenho uma t-shirt que diz fazia-te um pijaminha de cuspo
Os piropos dos homens-das-obras matam-se de nervos! :s
Lol onde é que fizeste esta pesquisa tão extensiva e tão completa? lol Acho que já dá para fazer uma tese... ;)
beijinhos***
Ah ah ah...
Mas o engraçado é que já vi moças a passarem ao lado de obras, que depois ainda se riem desses mesmos piropos. E havia ainda outras que te esqueceste, ou então o reportório é tão rico e variado que não dava pra transcrever tudo. E é a eles que lhes chamam básicos?
Ps: Rir-te-ias depois de ouvires um piropo desses? (exluindo aquela secção dos ordinários).
Diz lá a verdade :)
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