A Maresia das Sensações


Maria fechou os olhos, e ergueu a sua face aos céus, na esperança que algo de bom atropela-se a sua vida.
Já estava farta de ver o mundo tão cinzento, depois de saber que este não o era, mas que simplesmente era ela, que o via desse modo.
Começou a surgir-lhe nos pensamentos, o estranho que tinha sentado no seu lado. O mesmo que partilhava com ela, aquele momento de descontracção e de pura paz com o mundo. Quem seria? Não se quis questionar muito, porque sentia que este era incapaz de lhe fazer mal.
O estranho decidiu interromper-lhe o silêncio – Isso é algum tipo de ritual?
Maria abriu os olhos e olhou para ele – Não… Porquê?
- Estás tão concentrada… - Falou baixinho.
- Estava a pensar em coisas sem importância… - Respondeu enquanto acenou um não com a cabeça.
- Alguma importância há-de ter, para estares ao lado de um homem como eu e nem quereres olhar para mim – Começou a troçar dela.
- Convencido, és tu que chegue!
- Olha e tu devias ser mais!
- Ai sim? E quem te disse que não sou?
- Se fosses não estavas aqui, e não te manterias solteira.
- Não fales do que não sabes…
- Até és uma mulher bonita!
- Estás-te a fazer a mim?
- Não… Mas até era capaz disso. Mas hoje não me apetece muito. – Olhou noutra direcção enquanto se ria.
- Pronto está bem… - falou num tom mais controlado.
- Não chores… Quem sabe amanhã…
- Tinhas de me irritar? Eu bem vi que era melhor termo-nos mantido em silêncio… Vou-me embora. – Começou a levantar-se.
- Acho que fazes bem… Já está a ficar tarde! – Continuava com um sorriso nos lábios.
- És sempre tão insuportável?
- Às vezes sou pior…
- Bem… Adeusinho. – Pegou na mala e começou a caminhar em direcção ao carro.
- Até amanhã! – Disse ele de novo.



Enquanto Maria caminhava, esboçava um sorriso estranho. Nem ela própria sabia muito bem a origem do mesmo. “Aquele homem é meio doido!”, começou a pensar vezes consecutivas.
Já não estava a pensar o mesmo, que tinha pensado horas antes, sobre ele.
Quando deu conta, do tempo que estava a perder com aqueles pensamentos… Logo os enxotou. De seguida, começou a cantarolar uma música.
Começou a sentir, que estava verdadeiramente carente… Sentia falta de um homem na sua vida. Para ir ao cinema ou jantar fora… E para uma noite de amor, “Que saudades, de sentir umas mãos masculinas a percorre o meu corpo.”.
Começou a tentar mentalizar-se que o príncipe encantado, nunca iria aparecer. Para a levar para o paraíso e a fazer sonhar. Isso não existia, muito menos o homem perfeito…
Seria devido ao facto de ser romântica demais, que estava sozinha à tanto tempo? Sem qualquer relacionamento com um homem, nesse período de tempo de solidão amorosa?
Talvez a solução, seria deixar de ser tão dramática e atirar-se à aventura. Haveria de ter mais tempo e menos cansaço para pensar melhor sobre este assunto pertinente. Afinal de contas, pensar tinha-se tornado o seu passatempo predilecto nos últimos tempos.


(continuação)

P.S: Se quiserem ler as partes anteriores, só basta clicarem em cima, onde diz A Maresia das Sensações a verde... E vão ter acesso.


Histeria só minha


Coelha*

2 Não reclamas?:

Nevoeiro de Verão disse...
6 de março de 2010 às 01:04

Já tinha saudades da coelhonovela =)

Continua que estás nas pisadas certas.

Beijinho muito grande *****

Be free disse...
7 de março de 2010 às 21:35

És tu que escreves "A maresia das sensações"?
Beijinhos querida

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